É urgente a ação das autarquias, alerta ALU na Smart Cities

“Este é o momento para as cidades darem um salto quântico, introduzindo soluções tecnológicas smart na gestão da urbe, apostando na circularidade dos materiais, reforçando as nature-based solutions, criando condições para a co-criação e a participação ativa dos cidadãos”, diz Luís Almeida Capão, presidente da Direção da associação Limpeza Urbana - Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis na última edição da revista Smart Cities.


Saiba mais sobre este artigo e conheça mais alguns dos nossos associados em baixo.


ALU recebe comitiva de cidades romenas

A associação Limpeza Urbana – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis recebeu em novembro uma delegação de entidades da Roménia - Federation of Intercommunity Development Associations (FADI), que incluiu representantes de sete executivos autárquicos romenos e várias empresas.

O objetivo desta comitiva era conhecer diferentes soluções de recolha de resíduos urbanos e sistemas de tratamento, em funcionamento nas cidades portuguesas.

A ALU organizou a visita destes representantes, proporcionando a sua deslocação aos municípios de Cascais e de Lisboa, onde puderam assistir à recolha dos resíduos depositados nos equipamentos de alguns dos associados aderentes.


Pollutec abre portas a 12 de outubro em Lyon

É já de 12 a 15 de outubro que decorre a Pollutec, em Lyon (França), aquele que é um dos principais eventos de referência para os profissionais do ambiente na Europa, que existe desde 1978. 

 Aliando conferências temáticas e um amplo espaço expositivo, a Pollutec afirma-se como uma vitrina de soluções ambientais para a indústria, cidades e territórios, e um trampolim para inovações de mercado e desenvolvimento internacional. Pollutec oferece uma série de eventos especiais, conferências e discussões sobre todos os desafios ambientais atuais e futuros.

Mapa da área de exposição

Mapa da área de exposição

Os principais sectores do ambiente vão estar representados neste evento, nomeadamente o tratamento de águas e águas residuais, a gestão resíduos, a reciclagem, a economia circular, a energia, a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável.

Os números da última Pollutec antes da pandemia (2018) revelam a dimensão desta iniciativa internacional:

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- 2.200 expositores de todas as áreas do ambiente e do sector energético

- 70.000 visitantes profissionais da indústria, autoridades locais, da construção e do sector dos serviços

- 13% de visitantes internacionais

- 30% de expositores internacionais

- 90.000m² de espaço de exposição

- 128 países representados

- Numerosos acontecimentos no centro dos novos desafios do mercado

Se quer participar na Pollutec 2021 solicite as condições especiais para os associados da ALU através do geral@associacaolimpezaurbana.org.

Mais informações sobre o evento em: https://www.pollutec.com/en-gb/about.html


Aprovada proibição de produtos de plástico de uso único a partir de 1 de novembro

O Conselho de Ministros aprovou a 2 de setembro o decreto-lei que procede à transposição parcial da Diretiva (UE) 2019/904, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de junho de 2019, relativa à redução do impacto de produtos de plástico de utilização única e aos produtos feitos de plástico oxodegradável.

A partir de 1 de novembro de 2021 é proibida a colocação no mercado de determinados produtos de plástico de utilização única, tais como cotonetes, talheres, pratos, palhas, varas para balões, bem como copos e recipientes para alimentos feitos de poliestireno expandido.

De acordo com a diretiva, este decreto-lei estabelece dois objetivos de redução do consumo de copos para bebidas e recipientes para alimentos destinados ao consumo imediato ou prontos a consumir:

  • até 31 de dezembro de 2026, uma redução de 80% relativamente a 2022;

  • até 31 de dezembro de 2030, uma redução do consumo de 90%.

De acordo com um calendário faseado, são ainda determinados requisitos de conceção de recipientes para bebidas; objetivos de incorporação de plástico reciclado nas garrafas para bebidas; metas nacionais de recolha seletiva de garrafas com capacidade inferior a três litros e a promoção de campanhas de informação e sensibilização dos consumidores por parte dos produtores de determinados produtos de plástico de uso único.

Para assegurar estes objetivos estão previstas medidas, a cumprir a partir de 2024, como a disponibilização de recipientes reutilizáveis para consumo de alimentos e bebidas mediante a cobrança de um depósito, entre outras.

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Leia a entrevista do presidente da direção da ALU, Luís Capão, à Smart Cities

Em entrevista à revista Smart Cities, o presidente da direção da ALU, Luís Capão, fala do III Encontro Nacional de Limpeza Urbana e de como o evento foi um catalisador da dinâmica empresarial, mas também da importância dos dados sistematizados agora no Estudo de Caracterização do Sector, e da necessidade de mobilizar não só municípios e empresas dos sector, mas ainda os cidadãos e representantes do Governo para a importância da Limpeza Urbana como “factor transformativo de cidades mais limpas, mais competitivas e agradáveis”.

Leia em baixo:

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França cria entidade gestora para resíduos de pontas de cigarro (beatas)

Os resíduos provenientes de beatas (pontas de cigarro) vão ser geridos por uma entidade gestora em França. É o primeiro país europeu a introduzir o princípio da responsabilidade alargada do produtor no combate à poluição causada pelas pontas de cigarro.

Na prática significa que a partir de agora, os produtores e distribuidores de tabaco - e já não as autoridades locais - irão financiar as operações de recolha e limpeza, uma vez que esta nova entidade gestora deverá funcionar com as entidades gestoras da fileira do plástico, de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, de óleos, entre outras, existentes em Portugal.

Os produtores e distribuidores devem, assim, financiar, organizar e implementar soluções adequadas de recolha, reutilização ou reciclagem do seu produto. Atualmente existem no país gaulês cerca de 15 entidades gestoras de fluxos específicos de resíduos, estando previstas a criação de mais algumas entre 2021 e 2025, conforme indicado pela legislação francesa (loi anti-gaspillage pour une économie circulaire).

 Através desta nova entidade gestora, cerca de 80 milhões de euros por ano serão fornecidos às autoridades locais para financiar a recolha e limpeza de pontas de cigarro descartadas. As pontas de cigarro são uma importante fonte de poluição nas cidades, pois cada filtro de cigarro contém plásticos e substâncias químicas que podem alterar permanentemente o ambiente.

Atualmente cerca de 23,5 mil milhões de pontas de cigarro são atiradas ao chão ou à natureza todos os anos em França, pelo que o objetivo é reduzir esta quantidade em pelo menos 40% nos próximos 6 anos.

Mais informação: https://www.ecologie.gouv.fr/loi-anti-gaspillage-economie-circulaire-1


Limpeza Urbana cria tantos postos de trabalho e riqueza como recolha de resíduos

O Estudo de Caracterização do Sector da Limpeza Urbana foi apresentado por Luís Capão, presidente da direção da associação Limpeza Urbana – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis (ALU), a 30 de junho de 2021, no III Encontro Nacional de Limpeza Urbana, que teve lugar em Braga.

Elaborado pela 3 Drivers para a ALU, o estudo desvenda um sector com preponderância e impactos económicos, ambientais e sociais que não podem ser ignorados, lançando a discussão em torno da necessidade de um novo olhar para estes serviços públicos.

A seguir detalhamos as grandes conclusões deste trabalho:

1.       As atividades de limpeza urbana não reguladas têm uma dimensão comparável à recolha de resíduos, particularmente no caso dos recursos humanos, apresentando custos mais baixos devido à maior necessidade de investimento em equipamentos de recolha.

O sector da Limpeza Urbana emprega 1,16 trabalhadores por 1000 habitantes, estimando-se que estas atividades criem diretamente 11 880 postos de trabalho e ainda 7450 postos de trabalho em outros sectores. De acordo com o estudo, os custos estimados para as atividades de Limpeza Urbana em Portugal são cerca de 30 € por habitante;

Importa fazer uma análise destes números à luz das designadas atividades reguladas dos resíduos urbanos, nomeadamente a recolha de resíduos indiferenciados e a recolha seletiva. Com base nos dados da ERSAR relativos a 2019, estima-se que o número de trabalhadores afetos a estas atividades de recolha de resíduos seja cerca de 15 100, dos quais 63% estão afetos à recolha indiferenciada (cerca de 9530 trabalhadores).  Já o custo médio da recolha indiferenciada é de cerca de 53 € por tonelada de resíduo recolhido.

 

2.       As atividades de limpeza urbana contribuíram para a criação de cerca de 1030 milhões de euros de VAB na economia

O impacto total em Valor Acrescentado Bruto (VAB) das atividades de limpeza urbana não reguladas foi estimado em 468 milhões de euros.

Este valor não está longe do VAB gerado no âmbito da recolha indiferenciada e da recolha seletiva de resíduos, com um total de 563 milhões de euros (266 milhões no próprio sector e 297 milhões de euros nos restantes sectores da economia).

Assim, considerando tanto as atividades reguladas como não reguladas, as atividades de limpeza urbana contribuíram para a criação de cerca de 1030 milhões de euros de VAB e 43 600 postos de trabalho.

  

3.       O sector da limpeza urbana é um sector intensivo no uso de recursos humanos

Para avaliar o nível de mecanização das atividades de limpeza urbana em Portugal, procurou-se avaliar dois indicadores: o número de varredoras e o número de lava-ruas.

Relativamente às varredoras, estima-se que existam 2,3 m3 por cada 10 000 habitantes. De acordo com os dados da associação francesa AVPU, em França este indicador será também 2,0 m3 por cada 10 000 habitantes, assumindo que a capacidade média de cada varredora é exatamente 4 m3. Já a capacidade das lava-ruas é de cerca de 0,25 m3 por 10 000 habitantes, um pouco inferior ao valor estimado de 0,18 m3 para França pela AVPU.

A própria estrutura de custos do sector sugere que mais de 80% estejam associados aos recursos humanos. A Estrutura de custos do sector da limpeza urbana: 73 % recursos humanos, 19 % equipamentos, 8% produtos e matérias-primas.

De acordo com o relatório, o trabalhador médio do sector da limpeza urbana é homem, tem 48 anos e 7 anos de escolaridade. A distribuição etária dos trabalhadores revela um sector tendencialmente envelhecido, como demonstrado pelo facto de cerca de 77% dos inquiridos ter indicado uma média de idades compreendida entre os 40 e os 50 anos e, mais surpreendentemente, nenhum dos municípios inquiridos ter referido uma média de idades inferior a 40 anos.

4.       Existe um potencial significativo de otimização de redução de emissões de GEE e de partículas atmosféricas com a transição para tecnologias como as células de combustível ou a eletrificação

Estima-se que o número de varredoras em todo o país seja de cerca de 680. Assumindo também uma operação anual de 2500 horas, obtém-se que o impacte global de uma transição para soluções elétricas representaria uma poupança de 7400 toneladas de CO2 por ano, o equivalente ao sequestro de carbono anual de um pinhal com 740 hectares.

Estendendo o mesmo tipo de estratégia a outro tipo de viaturas, nomeadamente lava-ruas e viaturas de recolha de resíduos, facilmente se conclui que existe um grande potencial de otimização de redução de emissões de GEE e de partículas atmosféricas com a transição para tecnologias mais limpas.

 

5.       Mobilização social para a limpeza urbana é determinante e tem de ser intensificada pelas entidades respetivas

No que concerne às coimas aplicadas, os inquiridos foram questionados se os regulamentos municipais preveem coimas em casos relacionados com as atividades de limpeza urbana (p.ex., deposição indevida de resíduos, dejetos caninos, graffitis), sendo que 64% indicou que sim, 11% indicou que não e os restantes 25% não sabem ou não responderam à questão (Figura 39).

Dos respondentes que indicaram que sim (36), 64% recorre a brigadas de fiscalização municipal ou da freguesia, 17% aloca esta responsabilidade à polícia municipal e 19% não especificou como faz a fiscalização (Figura 40).

Dos respondentes cujos regulamentos municipais preveem coimas para casos relacionados com a limpeza urbana, verificou-se que 80% não levantou qualquer coima num ano de referência.

Ainda assim, e no que respeita à sensibilização os temas mais abordados nas ações de sensibilização realizadas são (Figura 37): a correta separação dos resíduos (69%), o não abandono de resíduos junto aos contentores (69%) e o não atirar lixo para o chão (61%).

As áreas críticas consideradas pelas entidades gestoras, que estão entre as suas maiores preocupações, são a recolha de resíduos, seguido da sensibilização e dos dejetos caninos.

 

6.       Inovação chega aos modelos de recolha, à limpeza de ervas e utilização de sistemas inteligentes

As ações em curso ou em estudo para implementar inovação no âmbito da limpeza urbana respeitam, segundo os inquiridos, à inovação nos sistemas de recolha de resíduos, utilização de herbicidas sem glifosato, utilização de TI nos sistemas de recolha, aquisição de novos equipamentos e introdução da recolha de biorresíduos.

Quanto a ações que contribuam para a descarbonização no âmbito da limpeza urbana foram indicadas pelas entidades auscultadas: a utilização de viaturas elétricas; a utilização de equipamentos elétricos (como varredoras e aspiradores elétricos), e a otimização de circuitos de recolha de resíduos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa associadas. 

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Assembleia da República faz alterações ao Regime Geral de Gestão de Resíduos

O Decreto-Lei n.º 102-D/2020, de 10 de dezembro, que aprova o Regime Geral da Gestão de Resíduos (RGGR), o regime jurídico da deposição de resíduos em aterro e altera o regime da gestão de fluxos específicos de resíduos, transpondo as Diretivas (UE) 2018/849, 2018/850, 2018/851 e 2018/852 foi sujeito a algumas alterações na sequência da audição parlamentar a que foi sujeito.

Entre as principais alterações destaque para:

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  • O Governo tem de ouvir os municípios e elaborar um estudo com vista a definir um mecanismo de compensação dos sistemas municipais e multimunicipais de gestão de resíduos pelos resíduos de embalagens depositados nos respetivos equipamentos de recolha seletiva que não caibam no âmbito da sua responsabilidade.

    Sendo que até 31 de dezembro de 2022, o Governo apresenta à Assembleia da República um relatório do referido estudo .

  •  O Governo tem de aprovar legislação para integrar os seguintes fluxos de resíduos em sistemas de responsabilidade alargada do produtor:

    a) Óleos alimentares, até 31 de dezembro de 2022;
    b) Têxteis, até 31 de dezembro de 2024;
    c) E outros, até 31 de dezembro de 2026.
    Estes sistemas entram em funcionamento, para cada fluxo de resíduos, dois anos após as datas indicadas anteriormente.

  • Os estabelecimentos de restauração com produção de biorresíduos superior a 9 t/ano adotam, até 31 de dezembro de 2023, medidas para combater o desperdício de alimentos.

  • Os sistemas municipais disponibilizam, até 1 de janeiro de 2025, uma rede de pontos ou centros de recolha seletiva para os resíduos urbanos perigosos da sua responsabilidade, de forma a não contaminar dos outros fluxos de resíduos, devendo os sistemas municipais garantir a correta gestão destes resíduos.

  • A TGR deve ser repercutida nas tarifas e prestações financeiras cobradas pelos sujeitos passivos e ao longo da cadeia de valor da gestão de resíduos até ao produtor dos resíduos-

  • O Governo adota medidas que permitam aumentar a transparência e o escrutínio da utilização das receitas da TGR, nomeadamente através da publicação obrigatória, até março de cada ano, de um relatório anual onde conste a atribuição desagregada, por ações, objetivos e destinatários, das receitas geradas pela TGR.

    O documento original pode ser consultado aqui.

 


Municípios e entidades gestoras debatem planos para recolha e tratamento de biorresíduos (Ambiente Magazine)

A recolha seletiva dos biorresíudos esteve em destaque no painel “Biorresíduos: Realidade Aumentada”, promovido no último dia do III Encontro Nacional de Limpeza Urbana. Municípios e entidades gestoras estão a centrar esforços no sentido de tornar este desafio uma realidade.

Na Câmara Municipal de Arganil, o desafio dos biorresíduos não é resolvido só com a compostagem, mesmo tratando-se um território de baixa densidade. Quem o disse foi Érica Castanheira, vereadora do Ambiente da autarquia de Arganil, partilhando o resultado de um estudo prévio que diz que o concelho não é económica e tecnicamente viável: “Nenhuma freguesia (de Arganil) tem capacidade para fazer recolha seletiva de biorresíduos”.

Em marcha, está também o projeto de distribuição de compostores domésticos e comunitários por toda a comunidade: “Independentemente de termos recolha seletiva de biorresíduos, uma parte da solução também passaria sempre pela compostagem”, já disponível para 15% dos utilizadores. Mesmo com os esforços centrados nos desafios que os biorresiduos acarretam, Érica Castanheira partilhou algumas das dificuldades: “Se, neste estudo, estamos vistos como um município que não é viável para a recolha, porque motivo incutem a necessidade de fazer uma estratégia para a recolha?”, questionou. E olhando às linhas de financiamento como, por exemplo, o POSEUR, o município nunca conseguiu ter apoio: “Nem para a contentorização, nem para recolha”, atenta. Neste caso, limitaram-se às “linhas de financiamento para a compostagem”, lamentou.

Por seu turno, a autarquia sadina apresentou “Setúbal composto tem mais valor”, a campanha de recolha de biorresíduos do município sadino.  Carla Guerreiro, vereadora do Ambiente na Câmara Municipal de Setúbal referiu que “enquanto não houver disponibilidade para compensar os utilizadores pelo comportamento que têm”, haverá sempre recusas na prática de ações que promovam a recolha de biorresíduos. O estudo preliminar para o desenvolvimento dos sistema de recolha em Setúbal refere que só haverá rentabilidade se a mesma for ampliada a todo o território: “Caso contrário, não vamos ter capacidade para suportar os custos da operação dos sistemas, tendo em conta que a tarifa será zero”. O município defende que “as pessoas não devem ser penalizadas por fazer mais esta separação e por estarem a fazer aquilo que lhes pedimos com todas as questões económicas e ambientais” que colocam.

Do Planalto Beirão, Luís Macedo deu conta do planeamento do sistema de biorresíduos que está a ser perspetivado para os 19 municípios da região. Segundo o responsável, o potencial total de biorresíduos produzido em 2019 ascendeu a quase 50 mil toneladas. Ao longo da intervenção, Luís Macedo partilhou ainda algumas preocupações: “Com que modelo tarifário, a região vai abordar este desafio de implementar uma trajetória tarifária que assegure o equilíbrio económico-financeiro da entidade gestora, a acessibilidade económica dos utilizadores dos serviços de gestão de resíduos urbanos e que promova um comportamento que seja compatível com o sucesso da estratégia”. Como desafios, está ainda a adesão, colocando-se diversas dúvidas sobre se os consumidores, nomeadamente, se “vão separar com a qualidade e quantidade que pretendemos” ou “qual é o impacto da reciclagem na origem”. 

No que diz respeito às entidades gestoras, Rui Silva, administrador da Valorminho e da Resulima, destacou o investimento que está a ser feito unidade em Paradela, Barcelos: “Vai permitir ter a capacidade de tratamento necessária para poder assegurar o tratamento dos biorresiduos que nos vão chegar”.

Dentro do Plano de Ação do Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos (PAPERSU), está assim previsto a construção de um tratamento mecânico simples na Valorminho, em Valença, e um tratamento mecânico e biológico em Paradela: “Foi pensado na partilha de infraestruturas do tratamento biológico na Resulima que os biorresíduos provenientes do indiferenciado e da recolha seletiva de orgânicos da Valorminho e da Resulima irão ser processados na nova unidade”.

“Para sermos eficientes na operação desta unidade, é importante perceber as quantidades que vamos ter e os recursos que temos de alocar ao tratamento destes materiais”, observou. A qualidade dos biorresíduos que serão entregues podem também “comprometer o tratamento”. Por isso, a “relação simbiótica” entre a recolha dos biorresíduos, o tratamento, os sistemas de tratamento e os municípios é fundamental: “Só trabalhando de forma muito integrada, com sensibilização e informação, é que isto poderá ter sucesso: o caminho que temos de fazer para incrementar a recolha seletiva de orgânicos e o seu tratamento é muito grande”, afinca.

Na Tratolixo, a estratégia passa pela boa relação entre o sistema em Alta e o sistema em Baixa que está consignada na CAPER. Os aspetos das cozinhas (domésticas e não domésticas), os sacos verdes, a recolha dos mesmos no contentor indiferenciado, o investimento no sistema em Alta, a comunicação e sensibilização ambiental, fazem parte do plano de ação da empresa para os biorresíduos.

Na recolha seletiva de biorresíduos, o processo centra-se nos restos que serão colocados em sacos verdes: “As pessoas depositam o saco no contentor do indiferenciado, a Câmara vai recolher o contentor e, depois, vai depositar na Tratolixo”, descreve João Teixeira, Administrador da Tratolixo. Quanto às vantagens, “não é preciso novo contentor, novo carro de recolha, poupa-se dinheiro nas lavagens e nos salários porque não é preciso novas equipas”, declara.

De acordo com os cálculos previstos, João Teixeira refere que o sistema de sacos verdes vai permitir poupar 2.250.000 kg de CO2 por ano; 300 mil metros cúbicos de água por ano; e 850 mil litros de gasóleo.

Leia a notícia completa aqui: https://www.ambientemagazine.com/biorresiduos-o-que-dizem-os-municipios-e-as-entidades-gestoras/


SOLIM à Ambiente Magazine: “Foi uma valia" marcar presença no Encontro Nacional de Limpeza Urbana

À Ambiente Magazine, Carolina Cavaleira, coordenadora de projetos da Solim, faz um balanço muito positivo dos três dias de Encontro: “Muitos clientes a visitar o stand e outras pessoas com interesse em consultar a empresa sobre os serviços que oferecemos: foi uma mais-valia participar”.

A pandemia da Covid-19 provocou grandes e profundas alterações às várias empresas que prestam serviços essenciais. No caso da Solim, isso não foi exceção: “Houve dificuldade na gestão do pessoal no terreno que com o confinamento prejudicou em muito o dia-a-dias destes trabalhadores”.

Ainda assim, a empresa continuou com o plano de projetos que estavam previstos, pelo que não sentiu “grandes dificuldades” ao nível do mercado: “São projetos contínuos e recebemos novos projetos”.

Leia a notícia completa aqui: https://www.ambientemagazine.com/solim-foi-uma-mais-valia-marcar-presenca-no-encontro-nacional-de-limpeza-urbana/

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"Uma cidade limpa é mais competitiva"

Numa altura em que as viagens se transformaram em algo acessível para todos, Luís Capão, presidente da Associação de Limpeza Urbana (ALU) afirma em entrevista à Ambiente Magazine que as cidades foram, consequentemente, obrigadas a terem uma noção territorial e de competitividade: “As empresas internacionais ou nacionais não têm interesse em ter a sua montra num território sujo e que não é visitado”, além de que o património não tem o mesmo valor que tem num município, cidade, vila ou freguesia onde não haja um nível de integração de limpeza interessante, sublinha.

A limpeza urbana tem ainda um impacto forte na componente de fixação de capital humano: “Uma cidade limpa é mais competitiva, fixa melhor o capital humano e dá melhor resposta e uma qualidade de vida acima das outras”. Nas pessoas, o impacto torna-se ainda mais evidente quando, atualmente, as cidades são cada vez mais vividas no espectro completo daquilo que são as 24 horas do dia: “O munícipe avalia cada vez mais rápido aquilo que é o papel e as respostas que a autarquia está a dar àquilo que se vai passando na cidade”.

É assim que Luís Capão constata tratar-se de um setor que impacta de forma direta a vida das pessoas, mas que passa ao lado do senso comum: “A ALU atua assim numa área que não é regulada e que não existe informação: é uma área onde normalmente se apagam fogos diariamente e onde existe uma grande conflito entre os cidadãos e os serviços da Câmara”. Isto porque não há estratégia nem planeamento: “O problema de Portugal nem sempre é a falta de recursos, mas claramente, a duplicação de esforços”. Neste caso específico, a ALU começou por criar um “grupo de cidades”, mais focadas nesta área, e, depois, juntou o setor privado: “Criamos um ecossistema que permita dar respostas a desafios brutais que existem nas cidades de hoje”.

Questionado sobre o porquê de o Governo nunca ter dado atenção a esta área, o fundador da ALU explica que a falta de ação tem que ver com o facto de nunca ter havido preocupação sobre a temática: “Nunca houve ninguém que despertasse (o Governo) de forma organizada para estes assuntos”.

Por isso, a ALU quer fazer aquilo que nunca foi feito nas associações ou, pelo menos, copiar aquilo que melhor foi feito nas existentes até agora: “Focamos aquilo que é a transparência, a igualdade e as oportunidades entre os associados, autarquias e privados: queremos prestar um serviço público”, afinca.

Leia a entrevista completa aqui: https://www.ambientemagazine.com/limpeza-urbana-um-setor-que-impacta-de-forma-direta-a-vida-das-pessoas-mas-que-passa-ao-lado-do-senso-comum/


Limpeza urbana e resíduos têm de dar salto tecnológico

 

Cristiana Cardoso, da Luságua, enfatizou a falta de inovação no sector dos resíduos e limpeza urbana, ontem no painel dedicado aos Desafios do Sector Privado do III Encontro Nacional de Limpeza Urbana.

Considerando que o setor dos resíduos apresenta uma intensidade das despesas em I&D empresarial reduzida - cerca de 0,6%, ou seja, menos de metade da média nacional, e que “não existe ainda uma dinâmica suficiente de cooperação entre os agentes do setor dos resíduos”, a responsável acredita que a solução passará por “incrementar cada vez mais tecnologia e inovação ao setor com o objetivo de otimizar os processos e direcionar a mão de obra para outras tarefas”. Neste ponto, é esperado que a chamada “bazuca” possa dar o impulso necessário implementar inovação e tecnologia no sector dos resíduos.

Outro dos desafios apontados pela responsável da Luságua é a recolha dos biorresíduos, considerando que os contratos de prestação de serviços estão “desadequados” e em risco de desequilíbrios financeiros quer pela quebra das quantidades de resíduos indiferenciados, quer pelo custo extra da recolha de biorresíduos.

Henrique Jacinto, da Ovo Solutions, referiu que os municípios e os gestores de resíduos necessitam de soluções económicas e escaláveis para aplicar os incentivos certos de modo a incrementar significativamente as taxas de reciclagem dos vários materiais, sobretudo tendo em conta as metas que são cada vez mais exigentes.

Para a Ovo Solutions, a solução está na atribuição de benefícios através do sistema de incentivos para o cidadão. A ideia criou o produto que a empresa já comercializa e que pode ser aplicado aos mais variados casos, nomeadamente no comércio local, na mobilidade urbana e nos serviços municipais.

Entre os desafios, Henrique Jacinto sublinhou a necessidade de rever a legislação, uma vez que as análises aos cadernos de encargos têm como critério o preço mais baixo. “Isso deve-se aos critérios muito rígidos da legislação no que respeita à contratação pelo sector público.  Mas penso que é difícil fazer essa alteração rapidamente e continuará um problema que afecta as empresas, mas também as entidades públicas”.

José Alfredo, da Certoma, reforçou esta ideia: “O mais baixo preço é a forma mais simples de um técnico analisar um procedimento e muitos técnicos de municípios não têm nem tiveram conhecimentos para fazer este tipo de análise. Portanto, acho que esse critério vai perdurar.”

O responsável da Certoma também lembrou que desde a pandemia que “o mau serviço do IMT piorou, cujos processos de atribuição e legalização de matrículas, homologação e outros, demoram tanto que há entidades com equipamentos parados há meses, sem poderem circular e com contratos de milhares de euros em causa, porque os processos estão atrasados.”

A propósito do Plano de Recuperação e Resiliência, as entidades mostraram-se expectantes com o que poderá ser atribuído ao sector dos resíduos e limpeza urbana. Mas António Bento, da Solim, dado a falta de informação sobre o plano não teve pejo em dizer: “Tenho receio que o dinheiro se esvaia e que não se consiga dar este salto tecnológico no sector”.

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