SOTKON: ATÉ 2027 EXPORTAÇÃO VAI PELO MENOS DUPLICAR

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Os contentores enterrados são o produto de excelência, desde que a empresa foi criada nos anos 90 do século passado, no Norte de Espanha. Hoje, a Sotkon é um grupo 100% português com empresas em Portugal, Espanha, França, Turquia e Marrocos e distribuidores em mais de 30 países.

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RUI SALGADO, EXPORT MANAGER DA SOTKON

Com um percurso de mais de 20 anos no mercado dos resíduos nacional e internacional, a Sotkon desenvolveu um sistema inovador de armazenamento de resíduos que tem como base um contentor enterrado de elevada capacidade, com baixa manutenção e de fácil operação. Mas não só: “Perceber o que os clientes realmente precisam e como ajudá-los a melhorar as suas performances é a nossa grande preocupação”, explica Rui Salgado, Export Manager da Sotkon. Neste sentido, a Sotkon desenvolveu sistemas inteligentes que permitem monitorizar o nível de enchimento e contribuir para melhorar a eficiência na recolha.
“A recolha tem de ser cada vez mais eficiente e para isso é necessário recorrer à tecnologia. A monitorização do nível de enchimento dos contentores é uma ferramenta essencial nesta corrida rumo à eficiência, porque permite otimizar os circuitos reduzindo quilómetros feitos pelos camiões, bem como as emissões associadas”, afirma o representante da empresa recordando que a Sotkon foi a 1ª empresa do mercado a instalar sensores de enchimento em contentores enterrados.

O desafio que a obrigatoriedade da recolha seletiva de bioresíduos representa para as entidades responsáveis pela recolha de resíduos urbanos, também não passou ao lado da Sotkon. Em 2018, a empresa iniciou um projeto para a criação de um contentor específico ajustado para a recolha deste tipo de resíduos, que está já em comercialização. “É um contentor igualmente enterrado, mas mais pequeno que os nossos tradicionais – com uma capacidade de 1,2 m3 – uma vez que o peso específico do resíduo é bastante elevado. Por outro lado, havia que assegurar que o contentor pudesse ser recolhido por camiões de recolha já existentes”, observa, garantindo que o contentor é 100% estanque, o que evita líquidos dentro da cuba de betão e na área circundante ao contentor.

Neste momento, o departamento de inovação e desenvolvimento da Sotkon está a estudar a aplicação de sistemas de incentivo à reciclagem e… mais não se pode, ainda, dizer!

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Crise, qual crise?

A famigerada pandemia que devastou muito do tecido económico nacional desde 2020, não afetou os negócios da Sotkon. Em 2020 o volume de negócios chegou aos 12 milhões de euros, tal como em 2019, aponta Rui Salgado: “São resultados excelentes, atingindo valores recordes. E mesmo com esta contingência da pandemia conseguimos entrar em novos mercados: em 2019, a Lituânia, e em 2020, a Geórgia”.

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Com o mercado nacional a representar 60% do total das vendas da Sotkon, a estratégia passa por ganhar cada vez mais mercados internacionais de modo que em 2027 estes novos mercados representem cerca de 50% dos negócios da empresa. “Acreditamos que vamos crescer muito nos próximos tempos. Os chamados mercados domésticos (Portugal, França e Espanha) são mercados maduros, mas com muita apetência, por exemplo, por sistemas de controlo de acesso e sistemas de contentorização para a 5ª fração, ou seja, os resíduos orgânicos. E depois há um leque de países novos – para nós – com interesse pelos nossos produtos. Temos pedidos desde o Bangladesh ao Chile…”

O grande foco nesta altura, em matéria de novos mercados, são os países de leste, nomeadamente antigas regiões da extinta República Soviética. Rússia e Cazaquistão são também países com grande potencial.

Nestes mercados de exportação, o modelo de negócio da Sotkon permite ter preços competitivos e ainda contribuir para o desenvolvimento e a economia local, ao associar-se a uma entidade que fabrique localmente as peças em betão.

Do Entroncamento para o mundo

O centro de toda a atividade da Sotkon está no Entroncamento, não por ser a terra dos fenómenos, mas por aí se localizar a principal fábrica do grupo.  Aqui são produzidos há 20 anos 50 contentores por semana, numa fábrica que conta com 10 trabalhadores.

O outro local de produção está localizado na Turquia e dedica-se exclusivamente à fabricação de contentores para atender á elevada procura este mercado.

É nestas fábricas que “os segredos” dos sistemas de contentorização são guardados a sete chaves. O mercado dos contentores é muito competitivo, já se sabe, sobretudo o internacional. Espanha, Holanda, Alemanha e Turquia são países com empresas muito fortes, cujos produtos respeitam os padrões europeus. Depois ainda há todo o outro tipo de empresas que não respeitam tais padrões, por isso, apresentam preços imbatíveis.

Os produtos da Sotkon são patenteados, apesar deste ser um processo longo e moroso que pode chegar até aos 10 anos até ser concedida a patente. É por isso que as cópias são frequentes e as ações por violação de patente também. “Nos EUA o sistema de patentes funciona bem e está bem protegido, mas na Europa já não é bem assim”, lamenta Rui Salgado.

Mais informação da Sotkon pode ser consultada aqui.